Blog da Sietar Brasil
(INATIVO)
Por Cristiana Lobo O Réveillon no Brasil apresenta características específicas que refletem o sincretismo e o misticismo da nossa cultura, mesmo que a data tenha origem católica com a adoção do calendário gregoriano em 1582. O nome da festa tem origem no verbo francês réveiller, que significa “despertar”. Nossa celebração acontece em diversas cidades, no entanto, a festa que reúne cerca de 2 milhões de pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, é uma das maiores do mundo e atrai pessoas de diversos locais do planeta. A Umbanda e o Candomblé tiveram forte influência na forma de celebrar o ano novo no Rio de Janeiro e também no resto do país. Nos anos 70, os seguidores formavam diversos círculos na praia de Copacabana para festejar a virada do ano vestidos de branco ao som de cantos e atabaques, brindes de champanhe, comidas especiais, velas e flores. Era comum jogar no mar oferendas para Iemanjá, vista como a mãe das águas e dos orixás. Entre os objetos estavam palmas e rosas brancas ou mesmo pequenos barcos de madeira repletos de presentes para a entidade como espelhos, itens de prata, estátuas, pentes, colares e outros objetos ligados à ela segundo a tradição. Mas a festa para o grande público se tornou oficial com o show pirotécnico. Em meados dos anos 1970, o Hotel Le Méridien, situado na orla de Copacabana, promoveu uma incrível queima de fogos que descia do topo do edifício em forma de cascata. A partir dos anos 1980 a rede hoteleira e os restaurantes localizados à beira-mar, em conjunto com a prefeitura, decidiram aderir à iniciativa e desenvolver um espetáculo mais grandioso. Segundo a antropóloga Marilu Campelo, a mídia começou a reproduzir estas festas e a popularização em novelas e programas de TV nos anos 80 e 90 atribuiu um novo significado já um pouco distante da sua origem afro-religiosa. A moda “pegou” e pode-se dizer que é um hábito recente no país. As rodas religiosas que eram criadas nas areias de Copacabana passaram para praias mais distantes como Barra e Recreio. E hoje a queima de fogos dura cerca de 15 minutos em toda a orla e um público formado por brasileiros e estrangeiros vestidos de branco brindam a meia-noite com champanhe e muitos jogam flores no mar para Iemanjá, mesmo que não sigam a Umbanda ou Candomblé. A data passou a ter um significado místico de renovação e transformação, em que todos fazem pedidos e desejam sorte para o próximo ano. Ainda “importamos” mais algumas tradições como incluir uvas na ceia de final de ano, simpatia trazida por vinicultores portugueses, e lentilhas, que trazem fartura segundo os italianos. Já o hábito de pular ondas, viria dos gregos. Independente da origem cultural, a Sietar Brasil deseja a seus associados um ano novo repleto de felicidade e realizações e que possamos continuar crescendo juntos! Comments are closed.
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