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Blog da Sietar Brasil

(INATIVO)

Entrevista: Lucy Linhares

11/5/2014

 
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(Para matéria Ferramentas de Assessment Intercultural, clique aqui)

Lucy  Linhares é pesquisadora, antropóloga e interculturalista. Veterana do setor, ela  trabalhou durante anos com os índios da Amazônia, fez diversas viagens  internacionais a trabalho, atuou na AFS e é uma das fundadoras da  SIETAR Brasil. Nesta entrevista ela conta um pouco sobre sua trajetória e  destaca a importância do trabalho de formação, troca de ideias e  profissionalização que a ong realiza nesta  área ainda nova no Brasil. 
 
 Como surgiu a SIETAR Brasil?
 
 A SIETAR foi criada em 2010 como resultado das  discussões de um grupo de interculturalistas que há algum tempo pensava sobre a  importância de se organizar o campo intercultural no Brasil. Desde que comecei a  frequentar as reuniões  internacionais da SIETAR, eu já pensava na  importância de uma SIETAR no Brasil.
 
 Em 1998, fiz uma primeira tentativa de  organizar uma SIETAR  brasileira. Ela não foi em frente porque os antropólogos que eu havia conseguido  reunir em torno da ideia, embora  achassem o assunto fascinante, não tinham uma  prática profissional na área da interculturalidade. Essa tentativa me colocou como  “interlocutora” da SIETAR Internacional no Brasil. Participei de uma série de  discussões políticas e de cisões que aconteceram ao longo dos  anos. 
 
 Depois eu conheci a Ines Meneses em um  encontro da SIETAR em Austin/USA, em 2003. Ali falamos sobre a possibilidade de  uma SIETAR Brasil. Nos reencontramos em São Paulo  e discutimos a viabilidade, a qual aderiram outros interculturalistas.  Em  2008,  durante a Conferência Global em Granada incorporamos  sangue novo com a Mariana Barros e na volta ao  Brasil passamos à ação. Em 2010, fundamos a SIETAR formalmente e eu fui a primeira  presidente, realizando nossa primeira conferência em 2011.
 
 Como você define o profissional chamado  “interculturalista”?
 
 Um interculturalista é o profissional cujo  foco de interesse é a interseção entre as  culturas. Diferente do antropólogo, cujo objetivo é entender o âmago  das culturas, sua lógica e funcionamento, o  interculturalista precisa entender e propor soluções para as questões que surgem a partir  da convivência entre pessoas de culturas diferentes. É verdade que para  isso ele precisa entender as normas sociais e hábitos de cada uma das culturas  envolvidas, mas sua atenção fica  focada mesmo nas áreas onde essas culturas se distanciam, causando conflitos e desentendimentos entre as  pessoas.
 
 Como você chegou ao  interculturalismo?
 
 Em 2003, fui convidada para trabalhar na  Secretaria  Executiva do AFS (American Field Service) no Brasil, uma organização  de intercâmbio estudantil que eu havia participado em 1972. O AFS é uma  organização muito tradicional que tem uma história muito bonita. No AFS eu descobri que o interculturalismo era um campo  profissional muito bem organizado, com teóricos que pensavam as questões
fundamentais da área e uma metodologia de trabalho. 
 
 Alguns diretores do AFS na época  eram  associados à SIETAR  Internacional, e eu também me associei em 1995. Em 1996, fui a minha primeira conferência, em Nova York. Lá  conheci pessoas que foram fundamentais na minha formação como interculturalista  e recebi as minhas primeiras “certificações”, que é  uma licença para trabalhar com determinadas metodologias.
 
 Por que a SIETAR se tornou importante para  você?
 
Porque foi o meu caminho para a profissionalização  na área. Assim que eu saí do AFS, em 1996,  eu abri uma consultoria chamada ICA - International Cultural  Assistance, e de cara consegui um  cliente – a Walt Disney Industry  Brasil, indicado por um contato da  SIETAR. Eu achei que minha vida de empresária ia ser fácil, mas isso foi um  engano. É muito difícil ser empresário, você precisa ter vocação, e não é a  minha. Depois desse primeiro cliente, eu tive outros poucos, mas odiava fazer  marketing e principalmente vender. Optei por construir uma “reputação”  internacional me apresentando em conferências internacionais da SIETAR. Fui  certificada como treinadora da maioria das grandes empresas da nossa área,  trabalhando como consultora individual e desenvolvendo contatos sempre a partir  dessa associação profissional com outros interculturalistas que a SIETAR  proporciona.
 
Durante a criação da SIETAR Brasil você pensou  na possibilidade de haver um aumento da concorrência no setor?
 
Não,  quando profissionais de qualidade atuam juntos, trocam experiências e se  apresentam para empresas nacionais e internacionais, você cresce em importância  e relevância - o mercado se amplia, em vez de
diminuir. Escrevi uma carta que  está  no nosso blog chamada “Por que  devemos organizar uma SIETAR no Brasil”  onde estas questões são discutidas a fundo.
 
 O que você vê para o futuro da SIETAR  Brasil?
 
 Temos agora a segunda gestão com a Ines  Meneses. Já foi realizada uma terceira conferência, cuja palestra de abertura  foi de Milton Bennet, um dos ícones do campo intercultural. A SIETAR Brasil cresceu em número e  importância e vem realizando projetos relevantes, tanto do ponto de vista social  (como os treinamentos para os  refugiados políticos) quanto educacional, com uma rede organizada  de voluntários atuantes. Também há diversas iniciativas  na área de formação profissional e agora está sendo criada a divisão  “Páginas amarelas” no LinkedIn onde serão listados os associados da SIETAR  Brasil e os serviços que eles prestam.
 
 Vejo um grande interesse por parte dos jovens  e acredito que precisamos focar na area  acadêmica, a fim de estabelecermos um diálogo com as  áreas afins, apresentando a  nossa metodologia e dando credibilidade aos nossos profissionais. É  muito importante que os interculturalistas brasileiros  tenham uma “formação sólida”, conhecendo os teóricos mais importantes e as  diversas metodologias do mercado. Não é  possível construirmos a nossa credibilidade com indivíduos que  apenas tiveram uma experiência de expatriação, por melhor  que sejam as suas intenções  e por  mais ricas que tenham sido as suas experiências internacionais.  Nesse sentido, a SIETAR oferece eventos em  parceria com os associados e contribui para  melhorar a formação dos que têm interesse na area.

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