Blog da Sietar Brasil
(INATIVO)
Por Cristiana Lobo Atualmente, no mercado corporativo, já foram criadas diversas ferramentas específicas voltadas para a avaliação de competências, comportamento e características interculturais. A SIETAR Brasil já conseguiu catalogar mais de 15 opções, em geral, desenvolvidas por consultorias e institutos de pesquisa dedicados ao estudo do tema. As variações entre estas ferramentas de assessment interculturais estão relacionadas ao método de análise e à teoria de embasamento que dá origem a nomenclaturas e classificações diferentes. Os testes medem a capacidade de adaptação a um novo contexto cultural e mapeiam características como flexibilidade, individualismo, capacidade de negociação, comunicação, sensibilidade, gerenciamento de incerteza e busca por integração. O Intercultural Development Inventory (IDI), por exemplo, foi criado pelo interculturalista americano Milton Bennett, à frente do Intercultural Development Research Institute, em Milão. Apesar de ter elaborado esta ferramenta, Milton levanta a questão em seus cursos que a melhor pessoa para compreender um perfil seria o próprio interculturalista, já que o foco de seu estudo é centrado no autoconhecimento. Outra ferramenta é o Culture Compass, teste desenvolvido pelo Hofstede Centre em parceria com Itim International, baseado na teoria do holandês Geert Hofstede, um dos pioneiros da pesquisa intercultural comparativa. Após responder a um questionário que leva cerca de 15 minutos, o indivíduo recebe um resultado que classifica sua inteligência intercultural, aponta pontos fortes e possíveis dificuldades, assim como países mais e menos compatíveis de acordo com o seu perfil. Alguns testes possuem um ajuste de comentários de acordo com o objetivo em questão: negociações internacionais, estudar fora, transferência de tecnologia e informação ou relações entre etnias diferentes. Também é possível escolher o papel de líder ou subordinado, que altera a perspectiva das respostas. Um outro exemplo é o Intercultural Readiness Check (IRC), que avalia as competências de Sensibilidade Intercultural, Comunicação Intercultural, Construindo Engajamento e Gerenciando Incerteza. O papel do coach intercultural é de apoiar o cliente a desenvolver suas competências. O pressuposto é que competências (inclusive interculturais) podem ser desenvolvidas, como demonstrado pela psicóloga Carol Dweck em seu livro Mindset: The Pshycology of Success, How we can fulfill our potential. A escolha por uma ferramenta deve levar em consideração o objetivo da avaliação, já que cada teste tem um método e um padrão de resultado próprio. Alguns interculturalistas acreditam que a ferramenta mais precisa para trabalhar a adaptação a um determinado país seria desenvolvida por estudiosos do próprio país. Ou seja, se um indivíduo planeja se preparar para realizar uma negociação com uma empresa alemã, seria estratégico utilizar testes e ler dicas desenvolvidas por empresas alemãs especializadas em competência intercultural. Mas este ponto de vista não é um consenso. A tradução dos termos usados tanto no questionário quanto no resultado é outro aspecto importante destacado por alguns profissionais da área. Erros de tradução aparecem em alguns testes. Em alguns casos não são erros de tradução, simplesmente existem termos que não têm uma palavra ou expressão equivalente e fiel no outro idioma. Portanto, deve-se fazer um uso cuidadoso seja qual for a ferramenta escolhida. Aplicar um teste é apenas um ponto de partida, um complemento de um processo mais amplo de treinamento e/ou coaching para alcançar maior eficiência intercultural, seja de um indivíduo ou de um grupo. O resultado de um assessment é apenas uma orientação sobre o perfil do indivíduo avaliado e não uma descrição definitiva. O objetivo é contribuir para o processo de autoconhecimento do cliente e para o direcionamento do profissional, que vai adaptar vivências e casos ao seu perfil e dar espaço para questionamentos, inclusive quanto ao próprio resultado do teste.
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